segunda-feira, 23 de setembro de 2019

O Vento.

"A cada minuto que passamos com raiva, perdemos sessenta segundos de felicidade"

Versículo: "Porque, que mais tem o sábio do que o tolo? E que mais tem o pobre que sabe andar perante os vivos?" Eclesiastes 6:8

Bom dia! Tenha um ótimo dia

O Vento.

Um vento muito jovem com o estranho nome de Al-Merid vivia a vida brincando como uma criança num deserto dentro de si mesmo. Montava e desmontava seus castelos de areia, armava e desarmava as "dunas"de maneira a mudar constantemente de paisagem (para evitar a monotonia), apagava as pegadas dos viajantes e as passadas vigorosas dos camelos...

Vivendo assim, intensamente, o presente, pois o passado já se fora (e ele não tinha memória do tempo) e o futuro estava por vir (e não o interessava muito nem se desgastar, imaginando-o...)! Mas, eis que se acabara o tempo das brincadeiras e, talvez por isso, ouviu uma voz que vinha lá do seu centro:

- Al-Merid, Al-Merid! Por que perdeste tanto tempo com miragens e oásis, largatos rastejando em pedras rachadas, pelos outros ventos, e cobras... cocos

secos?!... Muda, enquanto é tempo!!!

Al-Merid afastou-se, então, do deserto e foi habitar sobre um mar diferente que o vento Minuano havia apresentado nos seus sonhos aventureiros... Pensando

haver encontrado seu verdadeiro habitat, continuou brincando de forma diferente. Ora leve, ora furiosamente, movendo as ondas desde o seu interior,

revirando barcos, rebuscando sempre os baús ocultos com tesouros acumulados pelo tempo e apossando-se de jóias, medalhas e honrarias que pertenciam aos mortos-vivos!...

Mas, novamente, cansou das brincadeiras, fez silêncio e tornou a ouvir:

- Al-Merid, Al-Merid, o que é uma gota no oceano? Busca aquecer-te ou morrerás gelado nos pólos para onde te levarão teus pensamentos e ações inconseqüentes...

Al-Merid olhou em redor, nas montanhas longínquas viu fumaça. Ora, onde há fumaça, há fogo, pensou. E para lá, se dirigiu, pois estava gelado até a alma e desejava aquecer-se. Voou vertiginosamente e ficou frente a frente com um vulcão que preparava cuidadosamente sua lava para descer o morro matando a vida para, depois de séculos, transformá-la em ouro negro... Apaixonadíssimo

pela beleza terrificante do vulcão, soprou, soprou, soprou... Soprou tanto que inchou as suas bochecha de vento, empurrando cinza e labaredas, detritos e lava para lá e para cá...

Estava nesse incansável trabalho, porque o vulcão exigia muito dele, quando passou uma ventoinha leve e graciosa, fina e ágil, que piscou o olho para ele. Al-Merid largou tudo e seguiu-a por morros e florestas, praias e rios, lagos e cachoeiras encantadas... Claro, era um vento-jovem!... Já pensava em estabelecer-se e construir um belo "palácio de vento"secreto e somente para os dois, num tempo eternizado num único momento, quando, pela terceira e última vez, ouviu a voz interior que, como címbalo forte, cantava aos seus ouvidos:

- Será este mesmo o teu destino? É isto realmente que tu desejas? Gerar ventos e colher tempestades, maremotos? Furacões do teu próprio sentimento? Por que não procuras instruir-te primeiro? Se o amor for verdadeiro, noutra

curva do tempo o encontrarás certamente...

Al-Merid foi se afastando, afastando... De ré e devagar, bateu com os costados numa montanha gelada muito grande, o Himalaia. Olhou-a bem e percebeu que, no alto, havia um templo (reconheceu-o até porque já sonhara muito com

ele)!

Subiu, subiu, enfrentando os maiores perigos entre abismos e trevoas muito escorregadios, e ainda outros com passagens estreitíssimas até que o alcançou. E encontrando-o, avistou um velho tão velho que, parecendo adivinhar a morte próxima, lhe disse:

- Al-Merid, Al-Merid, finalmente chegaste! Espero-te há séculos para seres o meu discípulo. Quero ensinar-te tudo que aprendi sobre a vida, fora da vida, porém no centro dela, meditando e orando pelo bem da humanidade. Em troca, deves fazer a única coisa que sabes: refrescar-me e varrer nosso templo!!!

Al-Merid, meio assustado, porque aquela era a voz que ele escutava três vezes e não sabia como aquele velho o havia acompanhado, aceitou.

Varreu pátios internos, abriu suas próprias janelas para o Sol, soprou as teias de aranha para longe de seu palácio!

E era só abrir e fechar, limpar e refrescar, abrir e fechar...

E, às vezes brincar na cabeleira e barba compridas e brancas do seu sábio, que sorria muito e, estranhamente parecia bastante com ele mesmo, o vento!...

Al-Merid ali envelheceu, vendo o monge sair do corpo tantas e tantas vezes, tantas e tantas vezes voltar a ser criança para receber instruções na sua "nova casa" (seu templo), que, finalmente, compreendeu:

É fácil... juntar grãos de areia (pequenas questiúnculas que estão sempre mudando de posição a favor do vento), mover ondas internas (renovando sentimentos e guardando mágoas que se tornam gigantes e acabam afogando-nos), achar tesouros externos (que enfeitam apenas mortos-

vivos descuidados com as suas verdadeiras vidas), amar e esquecer-se (dos amores individuais, os mais profundos para entregar-se a outros amores mais espirituais, mais universais)...

Mas instruir-se e "crescer" leva tanto tempo que, na maioria das vezes, uma só vida não dá para alcançar a verdadeira sabedoria do Ser!... E numa breve

retrospectiva, analisou seus passos: enquanto era uma criança espiritual, vivera num deserto, aprendendo com suas ações inconseqüentes; na juventude, despertara as ondas de emoções desencontradas no seu mar interior

depois, conhecera o calor do amor, para então renunciar e buscar a sabedoria.

Foi só aí, então que sentenciou para si mesmo:

"O impossível me acordou. Não podendo, eu quis mais. E vi que quanto menos eu tivesse mais seria possível ter. Agora, assim, eu posso ser tudo que não fui num tempo que não era para ser".

    
Excelente Segunda-feira
Abraços       :]

Não existem sonhos impossíveis para aqueles que realmente acreditam que o poder realizador reside no interior de cada ser humano, sempre que alguém descobre esse poder algo antes considerado impossível se torna realidade.

Sds, Marcell

Talvez você esteja se sentindo uma pessoa isolada, ou como um ser invisível, parece que ninguém lhe vê, mas não é verdade; você esta perdendo momentos importantes da sua vida, há muitas pessoas que o amam e que são mãos amigas. Portanto, de uma chance a elas para que possam dizer: Vocês não esta só!

“Fortalecei as mãos fracas, e firmai os joelhos trementes. Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não temais; eis que o vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará.”  (Isaías 35:3-4)

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